Parkinson e Depressão – Qual a conexão?

Tempo de leitura: 6 minutos

Pessoas com doença de Parkinson em sua maioria também sofrem de depressão. O cálculo é que 50% dos parkinsonianos vão passar por algum tipo de quadro de depressão ao longo da doença. Os sintomas do Parkinson impõem desafios emocionais ao paciente e isso também pode causar depressão. Alterações químicas no cérebro relacionadas à própria doença podem resultar em depressão.

Como se pode ver a conexão entre Parkinson e depressão existe e esta já é a causa não-motora mais comum entre os pacientes. O diagnóstico e o tratamento da depressão na doença de Parkinson são importantes por duas razões principais: em primeiro lugar, a depressão é comum na DP e em segundo lugar; causa perda significativa em termos de qualidade de vida, deficiência nas atividades da vida diária, perda de capacidade cognitiva e estresse do cuidador.

Por que as pessoas com doença de Parkinson também desenvolvem depressão?

Pessoas com todos os estágios do Parkinson são mais propensas do que a população geral a sofrer de depressão. Isso inclui aqueles com início precoce e estágio tardio de Parkinson.

Estima-se que 50% das pessoas com Parkinson podem sofrer de depressão. A depressão pode ser anterior a outros sinais e sintomas de Parkinson – até mesmo alguns dos sintomas motores. Muitos pesquisadores acreditam que aqueles com doenças crônicas são mais propensos a sofrer de depressão, mas que existe uma correlação mais física naqueles com Parkinson.

Essa depressão é comumente causada pelas alterações químicas que ocorrem no cérebro como resultado da doença de Parkinson. A relação entre a depressão e o agravamento dos sintomas do Parkinson ao longo do tempo tem sido estudada de diferentes maneiras.

Estudos mostram que a depressão e a ansiedade podem aparecer antes dos sintomas motores do Parkinson, em alguns casos os pacientes apresentavam quadros de depressão até seis anos antes de apresentarem os primeiros sintomas motores. Os pesquisadores ainda afirmam que a depressão pode aparecer logo na descoberta da doença e se agravar conforme ela for progredindo.

Como a depressão afeta as pessoas com doença de Parkinson?

Depressão e Parkinson são duas doenças distintas e muitas vezes os sintomas se sobrepõem. Ambas as condições podem causar:

-Baixa energia
-Perda de peso
-Insônia ou sono excessivo
-Desaceleração
-Diminuição da libido

Por isso existe o risco da depressão ser negligenciada quando os sintomas se desenvolvem após o diagnóstico de Parkinson. Os sintomas que podem ajudar no diagnóstico de depressão em pessoas com DP incluem:

– Humor baixo ou irritável consistente que dura quase todos os dias por pelo menos duas semanas
– Ideias suicidas, pensamentos com a sa
– Pensamentos pessimistas do futuro, do mundo ou de si mesmos
– Acordar muito cedo de manhã quando isso não faz parte da rotina do paciente.

A depressão pode causar um agravamento de outros sintomas de Parkinson aparentemente não relacionados. Paciente, cuidadores e médicos devem sempre estar atentos a qualquer agravamento súbito dos sintomas do Parkinson, para procurar uma solução o mais rápido possível.

Como é o tratamento da Depressão em quem tem Parkinson?

A depressão deve ser tratada de forma diferente em pessoas que têm a doença de Parkinson. Muitas pessoas podem ser tratadas com um tipo de antidepressivo chamado inibidores da recaptação da serotonina. No entanto, alguns outros sintomas de Parkinson podem piorar em um número muito pequeno de pessoas. Estes tipos de antidepressivos quando aliados a uma medicação chamada selegilina, que é prescrita para controlar outros sintoma do Parkinson, podem causar a chamada síndrome da serotonina; que acontece quando há atividade excessiva das células nervosas e pode ser fatal ao paciente.

Alguns medicamentos usados ​​para tratar outros sintomas de Parkinson podem ter um efeito antidepressivo. Isso inclui agonistas da dopamina. Estes parecem ser particularmente úteis para aqueles que experimentam períodos em que a medicação não é eficaz, as chamadas flutuações.

Alternativas aos tratamentos com medicamentos

Procurar por alternativas de tratamento sem o uso de medicamentos também pode ajudar o paciente. Uma dessas opções é buscar aconselhamento psicológico com um terapeuta certificado, como terapia comportamental cognitiva, por exemplo. Praticar exercícios físicos também pode ser muito benéfico, pois contribui para impulsionar endorfinas e fazer com que a pessoa se sinta extremamente bem. Outra alternativa muito indicada é aumentar o tempo de sono, ou seja, aderir a um horário de sono saudável. Essa atitude pode ajudar o paciente a aumentar os níveis de serotonina no corpo de forma natural.

Todos os tratamentos citados acima costumam ser bastante eficazes para pacientes que apresentam quadro de depressão. No entanto, outros pacientes pode, ainda assim, sentir a necessidade de tratamentos adicionais.

Outros tratamentos alternativos para a depressão incluem:

  • técnicas de relaxamento
  • massagem
  • acupuntura
  • aromaterapia
  • terapia musical
  • meditação

Atualmente, existem também alguns grupos de apoio de Parkinson que o paciente pode participar. Dessa forma, basta que o paciente peça indicações para seu médico ou terapeuta. Também é possível procurar por esses grupos de apoio na internet e verificar a lista para constatar se algum desperta a vontade de participação. Caso o paciente se interesse, porém, não consiga encontrar um grupo de apoio em sua região ou cidade, também existem ótimos grupos de suporte on-line, em grupos de Facebook, WhatsApp, entre outros.

Vale ressaltar que mesmo que o médico indique a utilização de medicamentos antidepressivos, eles serão muito mais eficazes quando usados juntamente ​​com terapia e outras alternativas de tratamento que possam ter efeitos positivos no estilo de vida.

Qual é a perspectiva para depressão em pessoas com doença de Parkinson?

A depressão em pessoas com doença de Parkinson é uma circunstância muito comum. Por isso, realizar um tratamento priorizando a depressão como um sintoma da Doença de Parkinson irá colaborar significativamente para a melhoria da qualidade de vida de uma pessoa e, também, para o conforto e felicidade de todos.

Se você sente algum sintoma de depressão, converse com seu médico e procure se informar sobre as opções de tratamento que ele recomenda.

Os comentários foram encerrados, mas trackbacks e pingbacks estão abertos.