Os mitos do Parkinson

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O Parkinson ocorre como resultado da destruição de neurônios produtores de dopamina, fundamental no controle dos movimentos corporais. Sabe-se que, atualmente, cerca de 6,3 milhões de pessoas no mundo apresentam a doença de Parkinson, dentro deste número, em torno de 200 mil pessoas somente no Brasil. A falta de conhecimento sobre a doença é um dos principais fatores para dúvidas e desinformação que levam ao tratamento inadequado ou até mesmo tardio. Por isso, listamos abaixo os principais mitos que envolvem a Doença de Parkinson. Confira:

Mito 1: O Parkinson só afeta o paciente fisicamente

Alguns dos primeiros sinais e sintomas de Parkinson são tremores, perda de mobilidade e falta de equilíbrio, todos sintomas motores. No entanto, os sintomas não-motores, incluindo mudanças na fala e na personalidade e deficiências cognitivas, também são sintomas da doença que todos devem ficar atentos.

Mito 2: Apenas pessoas mais velhas podem ser diagnosticadas com Parkinson

Muitas pessoas acreditam que o Parkinson atinge somente pessoas idosas. A verdade é que a maioria das pessoas com Parkinson tem mais de 60 anos, no entanto, é perfeitamente possível ser diagnosticado com a doença mais cedo. O Parkinson de início recente ocorre quando um indivíduo recebe um diagnóstico de Parkinson antes de completar 50 anos. Atualmente, acredita-se que somente 2%, considerando 1 milhão de pessoas com Parkinson, têm menos de 40 anos.

Mito 3: O Parkinson é uma doença previsível

Se Parkinson fosse previsível, então provavelmente também seria curável. Semelhante a diversas outras doenças progressivas, o Parkinson varia de pessoa para pessoa. A rapidez com que a doença progride e a frequência com que os sintomas são sentidos são diferentes para cada indivíduo com Parkinson. Além disso, não há como prever quem receberá um diagnóstico da doença.

Mito 4: Além dos medicamentos, nada mais colabora para o tratamento da doença

Embora quaisquer modificações no estilo de vida que o parkinsoniano faça não alterem o diagnóstico da doença, uma rotina saudável e a prática de exercícios físicos podem ser complementos de tratamento bastante benéficos. É recomendado fazer uma dieta equilibrada, repleta de fibras e alimentos saudáveis. Se manter ativo pode também ajudar a preservar a sensação de independência, além de aumentar a força e flexibilidade muscular. Vale lembrar que para colocar em prática qualquer uma dessas ações, deve-se conversar com o médico que acompanha o tratamento para que ele possa oferecer as recomendações específicas.

Mito 5:  A Doença de Parkinson pode ser contagiosa

De acordo com estudos de diversos cientistas da área, acredita-se que a Doença de Parkinson seja provocada por uma combinação de fatores de risco. No entanto, não há comprovação científica alguma de que ela seja causada por um vírus. Portanto, o risco de ‘contrair’ Parkinson de uma pessoa ou transmitir a alguém não existe.

Mito 6: Mulheres não podem ter Doença de Parkinson

Esse fato não é verdade. Apesar da incidência da doença nos homens ser duas vezes maior do que nas mulheres, elas não são imunes ao Parkinson. Em grande parte dos casos, a progressão da doença acontece de forma bastante semelhante em ambos os sexos.

Por outro lado, alguns estudos apontam que as mulheres ficam mais abaladas com o diagnóstico e estão propensas a apresentarem mais tremores. Já o sexo masculino é mais sensível à rigidez e lentidão nos movimentos. Alguns especialistas acreditam que certas diferenças nas manifestações dos sintomas são decorrentes das alterações hormonais que ocorrem com as mulheres durante alguns períodos.

Mito 7: A doença de Parkinson é hereditária

Atualmente, há diversos estudos que apontam para mutações genéticas que poderiam causar a doença. Porém, estes casos são bastante raros, afetando pouquíssimas famílias. Grande parte dos pacientes de Parkinson não possuem parentes na mesma situação patológica. No entanto, trabalhos científicos apresentam que as pessoas que têm familiares de primeiro grau, como mãe ou irmão, com Parkinson tendem a ter o risco de desenvolver a doença aumentado em cerca de 10%, em relação ao restante da população, mas mesmo assim, não se pode afirmar que o Parkinson é hereditário.

Mito 8: Todo parkinsoniano sofre apenas com tremores

Apesar do tremor ser o sintoma mais evidente e característico da Doença de Parkinson, ele não é o único nem o mais comprometedor. Parkinsonianos apresentam uma série de sintomas motores, tais como instabilidade, rigidez muscular e lentidão dos movimentos, além disso, também podem apresentar outros sintomas não-motores, como perda olfativa, constipação, insônia e oscilações de humor.

Mito 9: Somente parkinsonianos têm tremores

Os sintomas mais evidentes da Doença de Parkinson, como lentidão nos movimentos, instabilidade postural, rigidez muscular e os tremores, também podem se manifestar em outras patologias conhecidas como parkinsonismos. Estas doenças não respondem aos mesmos tratamentos e possuem diferentes causas, como o uso de alguns medicamentos para doenças psiquiátricas e hipertensão.

Mito 10:  O paciente de Parkinson têm uma vida improdutiva

É importante ressaltar que nos primeiros estágios do Parkinson, o paciente consegue manter sua total autonomia, sentindo somente algumas restrições no seu cotidiano. Com a progressão da doença, ainda assim é possível continuar com a vida profissional ativa, com alguns ajustes e adaptações. Também é importante lembrar que, as terapias de reabilitação, como fisioterapia e terapia ocupacional, garantem aos parkinsonianos segurança, independência e bem-estar por muito mais tempo. Além disso, com a Estimulação Cerebral Profunda (DBS), o paciente consegue melhorar a qualidade de vida reduzindo limitações físicas.

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