Entenda os períodos off no Parkinson

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Vários tratamentos focam em controlar os sintomas da Doença de Parkinson, enquanto  não se descobre a cura ou uma maneira de impedir a sua progressão. Mas, para obter bons resultados no tratamento, é essencial cuidar rigorosamente das doses e dos horários de todos os medicamentos.

Na teoria, ao tomar os remédios com a regularidade certa, flutuações de sintomas não deveriam ocorrer. No entanto, à medida que a doença vai progredindo, a levodopa, principal medicação usada para substituir a dopamina no cérebro, vai perdendo aos poucos sua eficácia o que leva os pacientes a períodos off, ou desligado em inglês. Já, quando o paciente está sob o efeito dos medicamentos, o período é o on, ou ligado. Entenda melhor a seguir.

O que são os períodos on e off?

De acordo com diversos estudos científicos, após um tempo de quatro a seis anos fazendo o uso da levodopa, quase metade dos pacientes indica as flutuações da medicação. O que acontece é que o parkinsoniano se sente melhor (período on) ao tomar a medicação, mas, deixa de se sentir ‘medicado’ antes do horário determinado para a próxima dose. Com o passar do tempo e a progressão da doença, o efeito da levodopa fica cada dia menor, em outras palavras, se desgasta de forma mais rápida; ou a medicação simplesmente não produz o efeito desejado.

O que ocorre nos períodos on e off?

No decorrer do período on, quando a levodopa está em pleno efeito, o paciente tem os seus sintomas motores controlados. Dessa forma, ele se sente com mais energia,  tem menos tremores e se sente mais disposto para se movimentar. Já no período off, é como se a fonte de energia fosse desligada. Os sintomas como rigidez muscular, lentidão de movimentos e tremores voltam.

Como corrigir as flutuações off?

Por enquanto não há uma única solução eficaz para todos os pacientes que apresentam períodos off. Mas, já existem várias medidas que podem ser tomadas. Os médicos recomendam, por exemplo, ingerir a levodopa fora das refeições, já que as proteínas podem interferir na absorção da medicação. Alguns ajustes nas dosagens da levodopa também podem ser feitos e, em alguns casos, uma segunda medicação pode ser adicionada ao tratamento. Por fim, a cirurgia de estimulação cerebral profunda também tem se mostrado útil para muitos pacientes que sofrem com os períodos off.

No começo desse ano, a US Food and Drug Administration (FDA) aprovou a levodopa inalatória em pó (Inbrija, Acorda Therapeutics) para tratamento intermitente nos períodos “off“ para os pacientes com doença de Parkinson que fazem um esquema oral de carbidopa-levodopa .

A fundação financiou o desenvolvimento clínico inicial do Inbrija, pois alguns pacientes relataram aos cientistas e estudiosos que os períodos “off ” são um de seus problemas mais sérios. A eficácia da levodopa inalatória foi demonstrada no ensaio clínico, feito com pacientes com doença de Parkinson leve a moderada, e que apresentaram períodos “off” na vigência de carbidopa-levodopa.

O estudo excluiu pacientes que apresentavam diagnóstico de doença pulmonar obstrutiva crônica, asma ou que  tiveram alguma outra doença respiratória nos últimos cinco anos. A levodopa inalatória já está disponível para os pacientes apenas com prescrição médica nos Estados Unidos por enquanto e será distribuída em uma rede de farmácias especializadas.

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