Disfagia e o Parkinson

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Devido à perda progressiva de controle muscular, tanto voluntária quanto involuntária, além dos sintomas típicos de tremor e rigidez, muitos outros sintomas podem se desenvolver em um paciente com Doença de Parkinson. A disfagia é um desses sintomas. 

Mais de 80% dos pacientes com Doença de Parkinson desenvolvem disfagia durante o curso da doença. O comprometimento da deglutição reduz a qualidade de vida do paciente, complica a ingestão de medicamentos e pode levar à desnutrição e à pneumonia aspirativa, que é uma das principais causas de morte na DP. A avaliação clínica da disfagia em pacientes com Parkinson é um desafio e geralmente fornece resultados não confiáveis.

Como ocorre a disfagia?

O ato de engolir pode ser dividido em 3 fases: oral, faríngea e esofágica. Os pacientes com Doença de Parkinson geralmente apresentam problemas com os dois primeiros estágios da deglutição, o que significa que sua disfagia é do tipo orofaríngeo. A língua ou os músculos da bochecha fracos dificultam a movimentação de alimentos na boca e podem também dificultar a mastigação. Junto com isso, os músculos fracos da garganta não conseguem deslocar a comida o suficiente para o esôfago. 

Principais causas da disfagia na doença de Parkinson

Vários fatores podem contribuir para problemas de deglutição na Doença de Parkinson. Os principais são:

  • Afecção motora dos músculos da garganta como resultado da Doença de Parkinson.
  • A disfagia pode piorar pela falta de saliva ou boca seca. Isso é comum em pacientes com doença de Parkinson, frequentemente relacionados à medicação anticolinérgica. 
  • Como a doença de Parkinson é mais comum em idosos, características associadas, como a má dentição, podem ter um papel importante. 

Diagnóstico de disfagia na doença de Parkinson

Quando um paciente com doença de Parkinson tem problemas de deglutição, analisar o histórico e realizar exames adequados no paciente ajudarão a determinar a gravidade da disfagia e avaliar o risco de aspiração. Isso geralmente é feito pelo médico, assim como por um fonoaudiólogo.

Complicações da disfagia na doença de Parkinson

  • Alimentos e saliva que não podem ser ingeridos podem se acumular na boca ou no fundo da garganta e causar asfixia, tosse ou baba. 
  • Pode ocorrer a pneumonia por aspiração, devido a alimentos ou líquidos sendo inalados nos pulmões. 
  • Perda de peso pode ser um indicador da gravidade e duração da disfagia. 
  • Desnutrição. 
  • Além dos problemas físicos enfrentados devido à disfagia, certos problemas psicossociais também podem ocorrer. Dificuldade em engolir pode fazer os pacientes temerem os horários das refeições. Isso porque o medo de engasgar é muito real em algumas pessoas. 

Há menos prazer na comida, especialmente devido aos ajustes necessários em relação ao tipo de alimento que pode ser facilmente engolido. Coisas como ter convidados durante as refeições ou sair para jantar podem prejudicar tanto o paciente quanto o cuidador, portanto, é essencial evitar tais situações.

Tratamento da disfagia na doença de Parkinson

  • A terapia intensiva de deglutição feita por um fonoaudiólogo pode ajudar a superar a fraqueza do aparelho de deglutição, através de exercícios ou manobras compensatórias. 
  • Sentar-se ereto e manter a cabeça levemente para a frente enquanto come também pode ajudar.
  • Modificações na dieta, como a ingestão de alimentos moles, podem facilitar a alimentação. 
  • A utilização de tubo de alimentação gástrica nos estágios finais da doença pode se tornar necessário.

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