A Fadiga na Doença de Parkinson

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A fadiga é um sintoma recorrente no Parkinson e muito utilizado para diagnosticar a doença. Na Doença de Parkinson a fadiga se manifesta em um nível celular. O corpo do parkinsoniano faz um grande esforço para realizar as mais simples tarefas tais como: tomar banho, atender o telefone ou servir um suco.

Além disso, pode-se estar lidando com a combinação de possíveis problemas cognitivos conhecidos como “apatia de Parkinson”. Esses problemas incluem dificuldade para iniciar projetos, incapacidade de seguir instruções complexas, perda de memória de curto prazo e dificuldade de mudar de marcha no meio do caminho.

O que a fadiga pode causar ao paciente de Parkinson?

Para muitos pacientes com Doença de Parkinson, a fadiga é um sintoma tão incapacitante e desagradável como a desaceleração motora ou o tremor. A fadiga dificulta todos os tipos de atividades cotidianas e programas de reabilitação. Além disso, desestabiliza as reações emocionais do parkinsoniano aos sintomas da doença e torna-os mais difíceis de lidar.

Muitos pacientes relatam que a fadiga acaba com a capacidade que eles têm em lidar com os desafios que a Doença de Parkinson os apresenta todos os dias, e torna mais difícil se conectar com as outras pessoas, até mesmo com os cuidadores. Portanto, a fadiga, por vezes, colabora para o aumento do isolamento social desses pacientes.

A fadiga tende a se desenvolver precocemente na Doença de Parkinson e, se não tratada, pode piorar ao longo do tempo. Além disso, está associada a uma diminuição da atividade física e a piora da qualidade de vida.

Esse sintoma também é capaz de agravar alguns outros, como a depressão, por exemplo. Muitas vezes a fadiga também influencia na atenção mental, tornando mais difícil ao paciente se concentrar e concentrar a atenção em algo.

Atualmente, 1/3 dos pacientes de Parkinson considera fadiga seu único sintoma mais incapacitante, pior do que os sintomas motores da condição. E outros 58% dos pacientes consideram a fadiga como um dos três sintomas mais incapacitantes

O que a fadiga pode fazer o parkinsoniano sentir?

A fadiga é tipicamente experimentada como um estado de estar cansado, exausto e sem energia. Algumas pessoas dizem que sentem que estão andando sob a água ou através de areia,  tudo envolve um grande e exaustivo esforço.

Embora a fadiga possa agravar a depressão, não é o mesmo que a depressão. O paciente pode apresentar sintomas de fadiga sem depressão, além do mais, a maioria das pessoas com fadiga não é triste ou auto-destrutiva.

Da mesma forma, a fadiga não é igual a sonolência diurna excessiva. Apesar da fadiga tornar a sonolência diurna pior e mais difícil de suportar, o parkinsoniano pode ter sonolência diurna, mas não ter fadiga. Além disso, o paciente pode sentir a necessidade e desejo de dormir, mas não ter a sensação de que esteja andando debaixo d’água ou através de um campo de areia. A exaustão e cansaço da fadiga não são o mesmo que sonolência.

Como diagnosticar a fadiga?

Quando o paciente de Parkinson notar que está se sentindo cansado e esgotado o tempo todo é importante levar essa situação até o médico que acompanha seu tratamento. Geralmente, pede-se que o paciente preencha um questionário para avaliar seus sintomas.

A fadiga mental e física subjetiva são avaliadas por meio de questionários de auto-relato, como o Inventário Multidimensional de Fadiga. Já a “fatigabilidade física” pode ser medida observando os níveis de resistência ao realizar exercícios físicos.

A fadiga mental é avaliada medindo a atenção ao longo do tempo usando uma ferramenta de avaliação denominada Teste de Rede de Atenção. Neste teste, normalmente, é solicitado que o parkinsoniano pressione um botão sempre que ver um certo “estímulo” ou ícone entre um grupo de outros ícones em uma tela de computador. As pessoas com fadiga mostram um padrão particular no prensar de botão mais lento.

Vale ressaltar que testes especiais não são obrigatoriamente necessários para saber se o paciente está cansado. Mas estes testes, no entanto, podem ser úteis como uma forma de acompanhar o progresso ou para ter uma maneira de visualizar até mesmo sutis melhorias e trabalhar uma abordagem de tratamento com o médico.

Como colaborar para a redução da fadiga no dia a dia?

Para combater a apatia da Doença de Parkinson, é indicada a prática de exercícios, dormir regularmente, fazer cochilos curtos e se certificar de não se isolar. Além disso, é fundamental verificar de que o paciente e seu médico estão alinhados no tratamento medicamentoso.

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