A dor na doença de Parkinson

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A Doença de Parkinson é uma enfermidade degenerativa do sistema nervoso central, crônica e progressiva. Acredita-se que é causada por uma diminuição intensa da produção de dopamina, particularmente, numa pequena região encefálica chamada substância negra. O controle motor do paciente é perdido, causando sinais e sintomas característicos, que permitem o diagnóstico clínico de Parkinson.

Um dos maiores desafios que os pacientes de Parkinson costumam enfrentar é a variedade de sintomas causados pela doença e como estes se manifestam. Enquanto para alguns a doença é incapacitante, para outros os sintomas ainda não se manifestaram ou pelo menos ainda não abalaram sua rotina.

A dor é um desses sintoma na Doença de Parkinson. Em cada paciente, a dor surge (ou não) em um lugar e em uma intensidade diferente. Por esse motivo, é bem comum ouvir dos portadores de Parkinson que há “dias bons” e outros “nem tanto”. Alguns pacientes conseguem se esquivar da dor praticando exercícios leves. Já outros precisam de medicação. Conheça no post de hoje as principais causas das dores mais recorrentes e como é possível minimizá-las.

Tipos de dores

Dor músculo-esquelética: este tipo de dor costuma ser a queixa mais comum entre os pacientes de parkinson. Costuma se manifestar na pernas, braços e articulações. Acredita-se que está diretamente relacionada com rigidez, deformidades e causas reumatológicas. Surge desde os estágios iniciais da Doença de Parkinson. Com a progressão da doença, a dor tende a se intensificar. Para colaborar no controle da dor são indicados exercícios leves, como caminhadas e alongamento, bem como fisioterapia. Também são indicados os usos de alguns medicamentos.

Câimbra e dor distônica: Apesar de serem confundidos frequentemente e provocarem um tipo de dor semelhante, câimbra e distonia são problemas distintos. A câimbra costuma surgir por falta ou excesso de atividade física, por desidratação e má circulação sanguínea e atinge, principalmente, a panturrilha. Já a distonia ocorre quando os músculos não voltam ao estado normal depois de se contrair e está entre os sintomas mais dolorosos do Parkinson. A distonia afeta tanto pernas, pés e mãos como pescoço, pálpebra e face e, ainda, pode fazer com que um braço puxe para trás ou a cabeça para frente, por exemplo. Geralmente, a distonia é relatada pela manhã, quando o efeito da medicação está passando, logo antes da próxima dose. Um tratamento alternativo para casos refratários desse tipo de dor consistiria na aplicação de toxina botulínica.

Discinesia: consiste na dificuldade de controlar movimentos voluntários e pode causar dor em qualquer parte do corpo. Geralmente, ela ocorre com os parkinsonianos que utilizam a medicação Levodopa por um longo período de tempo. De acordo com  especialistas, um pequeno ajuste nas doses e horários do medicamento pode colaborar para o controle das discinesias.

Dor radicular neuropática: a causa mais frequente dessa dor não se associa diretamente à doença de Parkinson. Ela ocorre quando um nervo próximo ao pescoço ou à região lombar sofre uma compressão. A dor irradia pelas pernas e braços, chegando aos dedos. Muitas vezes, os membros ficam dormentes. As principais causas são, na verdade, a mudança na postura e a falta de mobilidade típicas dos pacientes de parkinson. O tratamento indicado para este caso são massagens, compressas quentes e analgésicos.

A dor é um sintoma extremamente limitante para alguns pacientes e nunca deve ser ignorada. Ajustes nos medicamentos, terapias alternativas e até a indicação para a cirurgia de Parkinson podem ajudar a conviver melhor com a dor. Por isso é sempre importante relatar as dores ao seu médico e criar junto com ele uma escala de nível para saber sempre se o sintoma está estagnado ou evoluindo.

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