Tratar os sintomas não motores da doença de Parkinson é importante?

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Um novo estudo descobriu que pessoas com doença de Parkinson que apresentam sintomas não motores mais graves são menos propensas a se sentir no controle de sua doença e a praticar exercícios físicos regulares.

Esses resultados sugerem que, para promover a atividade física e a autonomia dos pacientes, é importante identificar e tratar os sintomas não motores da doença de Parkinson.

Os pesquisadores observaram que esses sintomas são frequentemente negligenciados, o que pode prejudicar a qualidade de vida dos pacientes.

O estudo, “Fatores sócio-clínicos associados a comportamentos específicos de autogestão relacionados à doença de Parkinson”, foi publicado na revista Chronic Illness.

Pessoas com doença de Parkinson podem tomar várias medidas para gerenciar sua própria saúde, desde ir às consultas médicas e tomar os medicamentos conforme indicado, até comer de forma saudável e praticar exercícios físicos.

Em um estudo recente, cientistas israelenses buscaram identificar fatores sociais e/ou clínicos que afetam se as pessoas com Parkinson se sentem capacitadas para gerenciar sua própria saúde.

A identificação desses fatores pode ajudar a desenvolver formas de apoio mais direcionadas para capacitar os pacientes que mais precisam.

Os cientistas coletaram dados de 62 pessoas com Parkinson que recebiam cuidados em um centro em Haifa, Israel. Cerca de dois terços desses pacientes eram homens e a idade média estava na faixa dos 60 anos.

Esses resultados são importantes para os pacientes com doença de Parkinson e para os profissionais de saúde que os atendem. Eles destacam a necessidade de identificar e tratar os sintomas não motores para melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

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Medindo sintomas motores e não motores

Para medir os sintomas motores e não motores, os participantes foram submetidos a uma bateria de avaliações padronizadas. Além disso, eles responderam a questionários sobre a frequência de exercícios físicos, apoio social e familiar e uso de tratamentos de reabilitação.

Além disso, os participantes completaram uma medida de capacitação do paciente chamada Medida de Ativação do Paciente (PAM-13). Esta ferramenta, que mede o conhecimento, as habilidades e a confiança de um paciente para o autogerenciamento, foi aplicada para avaliar sua capacitação.

Adicionalmente, os pesquisadores usaram os dados coletados para realizar análises estatísticas em busca de fatores associados à capacitação do paciente.

Consequentemente, os resultados mostraram que os pacientes com mais apoio familiar e social tendiam a ter pontuações mais altas no PAM-13, indicando que se sentiam mais confiantes e capazes de gerenciar sua própria saúde. Por outro lado, pacientes com mais apoio familiar também eram mais propensos a praticar exercícios físicos regularmente.

A gravidade dos sintomas importa

A gravidade dos sintomas motores e não motores da doença de Parkinson foi significativamente associada a uma menor capacitação do paciente para gerenciar sua própria saúde. Consequentemente, pacientes com sintomas mais graves, especialmente sintomas não motores, eram menos propensos a se sentir confiantes e capazes de cuidar de si mesmos.

Além disso, os resultados também mostraram que pacientes com mais sintomas não motores e/ou problemas cognitivos eram menos propensos a praticar exercícios físicos regularmente.

Em conclusão, os pesquisadores destacaram a importância de abordar os sintomas não motores para promover a autogestão na doença de Parkinson. Portanto, eles recomendaram que os programas de autogestão incluam educação sobre sintomas não motores comuns e estratégias de enfrentamento. Ainda recomendaram também o envolvimento de cuidadores de pacientes com declínio cognitivo.

Adicionalmente, é importante notar que os pesquisadores reconheceram que este estudo foi relativamente pequeno. Concluíram também que a maioria dos pacientes estava em estágios intermediários de Parkinson sem problemas cognitivos graves. Por isso, eles recomendaram a realização de mais pesquisas para confirmar essas descobertas e para explorar outros fatores que podem afetar a autogestão na doença de Parkinson.

Fontes:
Com informações do site Parkinson’s News Today em notícia publicada por Marisa Wexler.

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