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Entender melhor os fatores ambientais que provocam a Doença de Parkinson é uma obsessão de diversos cientistas ao redor do mundo. A causa exata do Parkinson ainda é desconhecida, porém a maioria dos especialistas concorda que a doença é causada por uma combinação de fatores genéticos e ambientais.
Se para os cientistas entender a interação entre genes e ambientes, imagine para quem é leigo no assunto. O que precisamos deixar claro é que a exposição a alguns destes fatores ambientais estudados pode aumentar ou diminuir as chances de alguém desenvolver a Doença de Parkinson. Da mesma forma que algumas pessoas herdam predisposições genéticas que as fazem ser mais ou menos suscetíveis ao aparecimento da doença.
Então é necessário entender que a combinação de fatores genéticos e ambientais que vão levar uma pessoa a ter Parkinson é muito particular e única. Essas combinações, de maneiras diferentes, podem desencadear uma série comum de mudanças biológicas que, em última análise, levam a essa doença.
Quais fatores possuem mais risco?
Identificar os fatores ambientais de risco para o desenvolvimento da doença é uma tarefa bem complicada. Porque mesmo depois de identificados, esses fatores não nos fornecem uma explicação exata para a causa e origem do Parkinson. Daí a importância que os estudos e as pesquisas sobre esta doença continuem e aumentem. Porém, hoje em 2018, já é possível separar alguns fatores não genéticos que já ajudaram a comunidade médica a entender as causas do Parkinson e são base para tratamentos e terapias. Muito raramente um único fator consegue explicar a origem da doença.
Fatores de Risco Ambiental
Área de Residência:Existem diferenças na distribuição geográfica do Parkinson. Isso pode se explicar devido a diferenças nos fatores ambientais e nos fatores genéticos de risco de pessoas que moram em determinadas áreas.
Ocupação: Certas categorias profissionais ou cargos foram associados a uma maior incidência de Doença de Parkinson, mas os resultados ainda são um pouco inconsistentes. O que já se sabe é que uma pequena taxa de pacientes diagnosticados está associada a quem costuma trabalhar em turnos exaustivos e empregos que envolvem trabalho físico vigoroso.
Exposição a pesticidas: De todas as exposições químicas que foram ligadas à Doença de Parkinson, os pesticidas (incluindo permetrina e beta-hexaclorociclohexano) foram relatados de forma mais consistente. Pesquisas recentes mostraram taxas mais altas da doença entre pessoas expostas a pesticidas durante um longo período de tempo como parte de seu trabalho, ou até mesmo no ambiente doméstico.
Exposição de Herbicida / Agente Laranja: O herbicida ácido 2,4-diclorofenoxiacético é uma das substâncias químicas que compõem o Agente Laranja, usado como um desfolhante durante a era da guerra do Vietnã. Ambos os constituintes do Agente Laranja tiveram uso na agricultura, principalmente o 2,4-D vendido até hoje em produtos usados em grandes plantações.
Exposição a Metais: As exposições ocupacionais a vários metais têm sido sugeridas como relacionadas ao desenvolvimento do Parkinson. Mas a exposição a longo prazo a metais não é facilmente mensurável e os resultados de estudos medindo o risco de metais específicos têm sido inconsistentes.
Fatores Potenciais de Proteção
Com o passar dos anos, os cientistas também descobriram alguns fatores que podem reduzir o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Tal como acontece com os fatores de risco, não se sabe o suficiente sobre eles e não devem ser tomados como hábito sem o conselho de um médico.
Café: O consumo de cafeína na forma de café ou chá está associado a menor incidência de Doença de Parkinson. Muito cuidado se tem com esta informação. Isso não quer dizer que tomar café ou chá evita a doença, isso só quer dizer que entre os parkinsonianos, é menos comum encontrar tomadores de café ou chá. Não se sabe qual a relação entre o uso de café e a menor chance de ter a doença.
Ácido úrico ou urato: este produto químico ocorre naturalmente no sangue. Altos níveis, associados a dietas ricas em certos alimentos, como carnes, podem causar gota e pedras nos rins. No entanto, os pesquisadores descobriram que os homens com níveis de ácido úrico no limite superior do intervalo normal têm uma menor incidência de Parkinson.
Vitamina D: Há sugestão de que aqueles com níveis mais altos de vitamina D têm menor risco de desenvolver a Doença de Parkinson, no entanto, estudos adicionais são necessários para embasar melhor esta ideia. Estudos anteriores constataram que as pessoas com doença de Parkinson têm baixos níveis circulantes de vitamina D no seu sangue, apesar de nenhum ter estabelecido se a deficiência da vitamina é a causa ou o efeito da doença. O corpo produz vitamina D a partir de exposição à luz solar e utiliza-o para ajudar a obter o cálcio nos ossos, entre outras funções. A própria vitamina ativa uma proteína do receptor nas células que desencadeia a atividade de uma variedade de genes.
Exercício: Aumento da atividade física no início da vida tem sido associado com um menor risco de desenvolver doença de Parkinson mais tarde na vida.
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