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Existem diretrizes gerais que devem ser seguidas na hora de optar pelo melhor tratamento, mas a verdade é que a escolha e combinação destes tratamentos conforme a avaliação individual do paciente é que vai determinar o sucesso do mesmo.
Isso se reforça quando estamos falando de medicação para a doença de Parkinson. Cada paciente tem uma experiência pessoal diferente com os medicamentos, e é preciso levar em consideração características pessoais, genéticas e socioeconômicas de cada um.
Ao mesmo tempo, nós médicos precisamos ter atenção voltada para a forma como cada paciente externa suas dores e sintomas. Existem diversas propostas terapêuticas para o Parkinson e na hora de indicar o tratamento medicamentoso muitas variáveis devem ser consideradas.
Os medicamentos mais comuns para o tratamento do Parkinson, o que determina suas escolhas e a forma como os pacientes respondem a cada um deles são os assuntos que serão abordados neste post.
Tratando o Parkinson na Fase Inicial
Como já citado, a escolha do tratamento medicamentoso depende de muitas variáveis, incluindo sintomas presentes, outros problemas de saúde existentes (e os medicamentos usados para tratá-los) e a idade. As dosagens variam muito dependendo das necessidades e do metabolismo de cada pessoa.
Uma vez que a maioria dos sintomas da doença de Parkinson é causada pela falta de dopamina no cérebro, muitas drogas destinam-se a reabastecer temporariamente a dopamina ou imitar a ação da dopamina. Esses tipos de drogas são chamados de medicamentos dopaminérgicos. Eles geralmente ajudam a reduzir a rigidez muscular , melhorar a velocidade e coordenação do movimento e diminuir o tremor .
A levodopa (L-dopa) é a substância mais conhecida e considerada também a terapia medicamentosa mais eficaz no controle dos sintomas, no entanto ela possui reações adversas que variam conforme o paciente.
São várias as drogas que são utilizadas para o tratamento na fase inicial do Parkinson além da levodopa, entre elas: amantadina, anticolinérgicos, inibidores da MAO-B e agonistas dopaminérgicos.
Conhecendo a Levodopa
Considerada um importante avanço da medicina, a descoberta da Levodopa no final dos anos 60 revelou um dos medicamentos mais importantes no tratamento da doença de Parkinson.
A levodopa funciona da seguinte maneira: quando ingerida em forma de pílula é absorvida no sangue do intestino delgado e viaja pelo sangue até o cérebro, onde é sintetizada e convertida em dopamina, substância necessária para o movimento do corpo.
O problema é que a levodopa pura produz náuseas e vômitos. Por isso ela é quase sempre administrada em combinação com a droga carbidopa, que previne a náusea. Carbidopa ou Benserazida é também um potenciador de levodopa. Quando adicionada, a carbidopa permite uma dose muito menor de levodopa (80% menos) seja usada, pois ela permite que mais quantidade chegue até o cérebro e ajuda a reduzir os efeitos colaterais de náuseas e vômitos.
Comprimidos contendo ambas as drogas são rotulados com frequência de “carbidopa-levodopa”, com os componentes ativos listados em ordem alfabética. Os comprimidos de carbidopa-levodopa estão disponíveis nas formas de liberação imediata e liberação lenta, assim como comprimidos solúveis que são colocados sob a língua.
Efeitos colaterais mais comuns da Levodopa
- Náusea
- Vômito
- Perda de apetite
- Tontura
- Pressão arterial baixa
- Confusão mental
- Discinesia
Você sabe o que discinesia?
O termo discinesia descreve movimentos involuntários, erráticos, excessivos, diminuídos ou ausentes. As pessoas que usam levodopa a longo prazo podem apresentar discinesia em algum momento, geralmente três a cinco anos após o início da medicação.
Agonistas de Dopamina
Outra alternativa na hora de tratar o parkinsoniano com medicamentos são os agonistas de dopamina, ou também conhecidos como agonistas dopaminérgicos. Em bioquímica, um agonista é uma substância capaz de se ligar a um receptor celular e ativá-lo para provocar uma resposta biológica, uma determinada ação na célula, geralmente similar à produzida por uma substância fisiológica.
Os agonistas de dopamina fazem justamente isso, estimulam as partes do cérebro humano influenciadas pela dopamina . Como efeito, o cérebro é levado a pensar que está recebendo a dopamina de que precisa. Em geral, o agonista da dopamina não é tão potente quanto a carbidopa/levodopa, mas ao mesmo tempo tende a causar menos discinesias .
São medicamentos que podem ser tomados isoladamente ou em combinação com medicamentos que contenham levodopa. Enquanto a levodopa é convertida no cérebro em dopamina , os agonistas da dopamina imitam os efeitos da dopamina sem precisarem ser convertidos.
Depois da levodopa é um dos medicamentos mais frequentemente prescrito como tratamento inicial do Parkinson, mas também é usado em estágios avançados. Vários estudos foram feitos neste sentido e temos um medicamento que tanto pode ser introduzido na fase inicial da doença como monoterapia ou em associação com a levodopa e na fase avançada para auxiliar no controle das complicações motoras.
Quais são os efeitos colaterais?
- Sonolência diurna excessiva ou ataques de sono repentinos
- Alucinações visuais
- Confusão
- Inchaço dos tornozelos
- Discinesia (não tão comum)
- Comportamentos compulsivos (como compras, jogos, comer e impulsos sexuais descontrolados)
Inibidores da MAO-B
MAO-B é uma sigla para Monoamina-Oxidase B, que é a enzima responsável pelo metabolismo da dopamina, aumentando, portanto, a neurotransmissão dopaminérgica. A enzima MAO-B degrada as monoaminas como a dopamina, essencial para o parkinsoniano, por isso é preciso usar medicamentos que inibem esta ação. A selegilina e a rasagilina são as formas mais comuns dos inibidores da MAO-B.
Pode parecer complicado, mas de forma comum este medicamento funciona da seguinte forma. As enzimas naturalmente quebram várias substâncias químicas no cérebro, incluindo a dopamina. Os inibidores ajudam a bloquear o colapso da dopamina no cérebro. Isso aumenta a disponibilidade de dopamina o que reduz alguns dos sintomas motores do Parkinson.
Geralmente é um medicamento usado no início da doença como monoterapia ou como coadjuvante para outros medicamentos. Os inibidores da MAO-B, selegilina e rasagilina, aumentam o efeito da levodopa, o que proporciona administrar doses menores de levodopa na fase inicial da doença, ou ajuda a ampliar os efeitos da droga nas fases avançadas da doença.
Os efeitos colaterais mais comuns dos inibidores da MAO-B incluem:
- Náuseas leves
- Boca seca
- Tontura
- Prisão de ventre
- Confusão e Alucinações (podem ocorrer em pessoas idosas com Parkinson)
Amantadina
Trata-se de uma substância que foi desenvolvida primeiramente para ser um medicamento antiviral que seria utilizado no tratamento da gripe. Depois de alguns ensaios clínicos se verificou que a amantadina também poderia ser usada no tratamento do Parkinson.
Seu uso mais comum é em combinação com levodopa para tratar discinesias. A amantadina de liberação imediata é um agente leve que é usado na fase inicial do Parkinson, para ajudar a diminuir o tremor . A amantadina de liberação imediata é mais comumente disponível em cápsulas de 100 mg, embora formas líquidas e de comprimidos também possam ser obtidas. A maioria das pessoas toma múltiplas doses por dia.
A amantadina pode ser usada como monoterapia para tratamento da fase inicial da DP, porém não é a droga de primeira escolha, pelo seu efeito limitado e de curta duração.
Quais são os efeitos colaterais?
- Náusea
- Tontura
- Insônia
- Confusão
- Alucinações
Você viu neste texto que existem diversos medicamentos que podem ser usados tanto individualmente quanto combinados para o tratamento do Parkinson. E que cada um deles possui ações específicas e efeitos colaterais diversos. O mais importante é sempre consultar o seu médico imediatamente se houver efeitos colaterais. Para obter informações completas de cada medicamento e seus possíveis efeitos colaterais, marque uma consulta com seu neurologista. Lembre-se que interações medicamentosas e automedicação podem ser perigosas e até fatais, portanto, certifique-se de que tudo foi prescrito pelo seu médico.
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