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A seleção cuidadosa do paciente é o primeiro e talvez o passo mais importante para o sucesso da estimulação cerebral profunda (DBS). Não existem critérios padronizados rígidos para a escolha de candidatos, e os critérios podem diferir dependendo do sintoma ou distúrbio alvo.
No post de hoje discutiremos os aspectos mais importantes da seleção de pacientes que devem ser considerados para a DBS.
Triagem do candidato à DBS: utilização do questionário
A Doença de Parkinson (DP), é um distúrbio neurodegenerativo lentamente progressivo, que apresenta muitos desafios para o profissional que está considerando oferecer a DBS. Embora não haja critérios definidos para a candidatura cirúrgica, recentemente um questionário de triagem foi criado para essa finalidade e passou a ser utilizado por alguns profissionais.
Esse questionário geralmente considera os critérios para o diagnóstico de “provável” doença de Parkinson idiopática, contraindicações potenciais para a cirurgia de DP, características gerais do paciente, características favoráveis/desfavoráveis e subscrições de informações de ensaios clínicos.
O sistema de pontuação foi projetado para atribuir pontuações mais altas aos melhores candidatos cirúrgicos. Este questionário somente pode ser preenchido e pontuado pelo seu neurologista, clínico geral ou outro profissional de saúde qualificado e que esteja realizando seu acompanhamento.
Os candidatos potenciais que pontuam bem neste questionário precisarão passar por uma otimização médica com um especialista neurocirurgião, uma ressonância magnética especial para segmentação e uma avaliação neuropsicológica completa. Alguns pacientes podem necessitar também de uma avaliação de fala e deglutição e avaliação psiquiátrica para tratamento de transtornos afetivos ativos.
Os melhores candidatos
Em geral, os melhores candidatos à Cirurgia de Parkinson:
- Possuem Parkinson idiopático (não parkinsonismo que inclui outros diagnósticos, como atrofia de múltiplos sistemas, doença do corpo de Lewy, etc).
- Tendem a ser mais jovens (abaixo de 69 anos).
- Têm uma ótima resposta à medicação (pelo menos 30% de melhora, mas preferencialmente maior).
- Possuem pouca ou nenhuma disfunção cognitiva.
Talvez o aspecto mais controverso da seleção de pacientes frequentemente envolve a definição de disfunção cognitiva inaceitável, principalmente porque muitos pacientes com DP sofrem de déficits frontais e de memória, mas são bastante funcionais em suas rotinas diárias. Uma regra geral é que os pacientes com Parkinson com problemas cognitivos, e aqueles que ficam desorientados frequentemente, são candidatos ruins que podem até mesmo piorar com a cirurgia.
Outros candidatos
Outros distúrbios que podem ser abordados pela DBS foram menos estudados em termos de critérios de seleção. Mas, geralmente, outros candidatos cirúrgicos sofrem de distonia. A distonia é um tipo de movimento involuntário que pode ocorrer em qualquer região do corpo de maneira localizada (focal) ou mesmo generalizada e se caracteriza por uma contração de músculos agonistas (favoráveis ao movimento) e antagonistas (desfavoráveis ao movimento) simultaneamente.
Já a distonia secundária, ou distonia por outras causas, como trauma, toxina, defeito de nascença ou distúrbio metabólico, parece ser menos responsiva à DBS, embora o melhor alvo cirúrgico ainda esteja por ser definido para esses casos, e tem havido alguns sucessos relatados.
Os pacientes distônicos precisam falhar em doses máximas de medicações apropriadas e, de preferência, em combinações de medicamentos, incluindo anticolinérgicos, relaxantes musculares e benzodiazepínicos, e também devem passar pelo mesmo procedimento que os pacientes com Doença de Parkinson.
Vale ressaltar que a DBS é útil na distonia se a operação for realizada antes que as posturas articulares anormais se tornem fixas ou contraídas. Além disso, permanece desconhecido se o perfil neuropsicológico em pacientes com distonia afeta o resultado cirúrgico.
Fonte de Pesquisa: Instituto Norman Fixel de Doenças Neurológicas da Universidade da Flórida.
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