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Entender a Doença de Parkinson de forma fácil pode parecer uma frase simplista diante da complexidade que o envolve. Acreditamos que o entendimento dos sintomas e estágios é sim, o primeiro passo para que se possa viver bem com a Doença de Parkinson.
Então antes de explicar os sintomas e quais são os estágios da Doença de Parkinson, precisamos que você entenda dois conceitos: o que são Doenças Progressivas e o que é a Substância Negra.
Doença progressiva ou degenerativa é aquela que se torna mais grave ao longo do tempo. Tipicamente elas começam afetando alguma parte do corpo e com o tempo podem afetar outras, causar novos sintomas ou até mesmo agravar os já existentes. O tempo de progressão pode variar muito, algumas avançam com rapidez, enquanto outras fazem isso ao longo de muitos anos.
Substância Negra é uma estrutura tem este nome por que parte dela é enegrecida, uma vez que seus neurônios contém melanina. A sua importância reside no fato de que as células nervosas na substância negra liberam neurotransmissores essenciais que ajudam a controlar o movimento.
Com base nestes dois conceitos agora você pode entender que a doença de Parkinson é uma destas doenças progressivas. Ela causa distúrbios neurodegenerativos que afetam predominantemente os neurônios produtores de dopamina (“dopaminérgicos”) em uma área específica do cérebro, a da substância negra. Embora a doença de Parkinson também afete outras áreas do cérebro.
Sintomas
Apesar de os sintomas variarem de acordo com cada indivíduo, a doença produz quatro sinais típicos típicos, dos quais derivam as demais complicações: redução na quantidade de movimentos (bradicinesia), tremor em repouso, rigidez muscular e alterações na postura e no equilíbrio.
Redução na Quantidade de Movimentos: ou bradicinesia significa lentidão de movimento, e é um dos sintomas principais desta doença. No Parkinson, essa lentidão acontece de diferentes maneiras: redução de movimentos automáticos, dificuldade em iniciar movimentos (como se levantar de uma cadeira), lentidão geral em ações físicas, além da aparência de quietude anormal ou uma diminuição na expressão facial. Isso se traduz em dificuldade para realizar funções cotidianas, como abotoar uma camisa, cortar comida ou escovar os dentes. Embora não seja o mais conhecido, este é o principal sintoma. Está presente sempre, em maior ou menor grau, em quem tem a doença.
Tremor em Repouso: a maioria dos pacientes nota um ligeiro tremor ou agitação nos dedos, principalmente no polegar, na mão ou queixo. Um tremor enquanto a pessoa está em repouso é um sinal precoce comum da doença de Parkinson.
Rigidez Muscular: a pessoa sente rigidez em seu corpo, braços ou pernas. Os outros começam a notar que seus braços não balançam como costumavam quando a pessoa anda. Às vezes, a rigidez desaparece à medida que a pessoa se move. Se isso não acontecer, pode ser um sinal da doença de Parkinson. Um sinal precoce pode ser rigidez ou dor no ombro ou nos quadris. As pessoas às vezes dizem que seus pés parecem “presos ao chão”.
Alterações na Postura ou no Equilíbrio: O Parkinson afeta o controle de atividades automáticas, de modo que mudanças na postura podem ocorrer sem que aconteça os lembretes automáticos do cérebro para que a pessoa fique ereta. Essas alterações podem incluir ombros curvados ou arredondados, fazendo com que você pareça curvado. A dificuldade no equilíbrio pode ocorrer, e, quedas, podem ocorrer.
Sintomas Secundários
A doença de Parkinson era geralmente considerada uma doença que envolve apenas movimentos. Mas, além dos sintomas motores, como lentidão de movimentos, tremores, rigidez e instabilidade postural, a maioria das pessoas desenvolve outros problemas de saúde relacionados à Doença de Parkinson. Esses sintomas são diversos e coletivamente conhecidos como sintomas não motores.
Embora a família e os amigos possam não conseguir enxergar esses sintomas, é importante perceber que os sintomas não motores são comuns e podem ser mais incômodos e incapacitantes que os sintomas motores. Alguns sintomas, como perda do olfato, constipação, depressão e distúrbio comportamental do sono REM, podem ocorrer anos antes do diagnóstico do Parkinson.
Os sintomas não motores podem incluir:
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- Mudanças cognitivas: problemas com atenção, planejamento, linguagem, memória ou até mesmo demência
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- Prisão de ventre
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- Saciedade precoce: sensação de plenitude depois de comer pequenas quantidades.
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- Transpiração excessiva , muitas vezes quando se usa medicamentos
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- Fadiga
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- Aumento da caspa (dermatite seborréica)
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- Alucinações e delírios
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- Tontura ( hipotensão ortostática ): queda da pressão arterial quando em pé
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- Perda de olfato ou paladar
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- Transtornos do humor , como depressão, ansiedade , apatia e irritabilidade
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- Dor
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- Problemas sexuais , como disfunção erétil
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- Distúrbios do sono , como insônia, sonolência diurna excessiva (EDS), distúrbio comportamental do sono REM, sonhos vívidos, síndrome das pernas inquietas.
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- Urgência miccional e incontinência urinária
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- Problemas de visão
- Perda de peso
Estágios da Doença
Semelhante a outras doenças progressivas, a doença de Parkinson é categorizada em diferentes estágios. Cada estágio explica o desenvolvimento da doença e os sintomas que o paciente está experimentando. Esses estágios aumentam em número à medida que a doença aumenta em gravidade. O sistema mais comum para identificar estes estágios da doença é a escala Hoehn e Yahr.
Pessoas com doença de Parkinson experimentam o transtorno de maneiras diferentes. Os sintomas podem variar de leves a debilitantes. Alguns indivíduos podem transitar suavemente entre os cinco estágios da doença, enquanto outros podem pular etapas completamente. Alguns pacientes passarão anos no Estágio 1 com muito poucos sintomas. Outros podem experimentar uma progressão mais rápida para os estágios finais.
Estágio 1: Os sintomas afetam apenas um lado do seu corpo.
A fase inicial da doença de Parkinson geralmente apresenta sintomas leves. Alguns pacientes nem sequer detectam seus sintomas nas fases iniciais deste estágio. Sintomas motores típicos experimentados no Estágio 1 incluem tremores e tremores nos membros. Familiares e amigos podem começar a notar outros sintomas na pessoa, incluindo tremor ou perda de expressão facial.
Estágio 2: Os sintomas começam a afetar o movimento em ambos os lados do corpo.
Uma vez que os sintomas motores da doença de Parkinson estão afetando ambos os lados do corpo, o paciente progrediu para o Estágio 2. Também pode começar a perceber dificuldades crescentes com a realização de tarefas físicas simples, como limpeza, vestimenta ou banho. Ainda assim, a maioria dos pacientes nesse estágio leva uma vida normal com pouca interferência da doença.
Estágio 3: Os sintomas são mais pronunciados, mas ainda se tem autonomia.
O terceiro estágio é considerado doença de Parkinson moderada. Nesse estágio, a pessoa passa a experimentar dificuldades óbvias em andar, ficar em pé e em outros movimentos físicos. Os sintomas podem interferir na vida diária. É mais provável que aconteça quedas e os movimentos físicos se tornam muito mais difíceis. Entretanto, a maioria dos pacientes nesse estágio ainda é capaz de manter a independência e precisa de pouca assistência externa.
Estágio 4: Os sintomas são graves e incapacitantes
No Estágio 4 a doença de Parkinson é freqüentemente chamada de doença avançada de Parkinson. As pessoas nesta fase experimentam sintomas graves e debilitantes. Sintomas motores, como rigidez e acinesia, são visíveis e difíceis de serem superados. A maioria das pessoas no Estágio 4 não consegue viver sozinha. Eles precisam da assistência de um cuidador ou auxiliar de saúde em casa para realizar tarefas normais.
Estágio 5: Os sintomas são muito mais severos
O estágio final da doença de Parkinson é o mais grave. A pessoa pode não conseguir executar nenhum movimento físico sem assistência. Por essa razão, o paciente deve morar com um cuidador ou em uma instituição que possa prestar atendimento individual.
A qualidade de vida diminui rapidamente nos estágios finais da doença de Parkinson. Além dos sintomas motores avançados, o doente também pode começar a ter problemas maiores de fala e memória, como a demência da doença de Parkinson. Os problemas de incontinência tornam-se mais comuns e infecções frequentes podem exigir cuidados hospitalares. Neste ponto, os tratamentos e medicamentos fornecem pouco ou nenhum alívio.
Se você ou um ente querido está nos primeiros ou últimos estágios da doença de Parkinson, lembre-se de que a doença não é fatal. Naturalmente, indivíduos mais velhos com doença de Parkinson em estágio avançado podem apresentar complicações da doença que podem ser mortais. Essas complicações incluem infecções, pneumonia e quedas. Com o tratamento adequado, no entanto, os pacientes com Parkinson podem viver e ter qualidade de vida tanto quanto aqueles que não tem a doença.
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