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O Parkinson é uma doença causada pela morte de células cerebrais que produzem a substância química chamada dopamina. Sem a dopamina, o movimento voluntário é impossível. A maioria das pessoas com Doença de Parkinson faz uso de um medicamento chamado Levodopa para tratar seus sintomas. Essa droga oral é convertida em Dopamina no cérebro, possibilitando que os pacientes se levantem e se movam.
Até alguns anos atrás, não era possível impedir a degeneração das células dopaminérgicas (produtoras de dopamina), que leva ao desenvolvimento da doença de Parkinson. Mas já sabemos que manter hábitos saudáveis e estimular constantemente o cérebro favorece nossos mecanismos de neuroproteção por meio da neuroplasticidade.
Exercícios físicos
Foi comprovado que para retardar a evolução da Doença de Parkinson as atividades físicas com desafios progressivos são uma excelente opção. Estudos mostram que o exercício progressivo pode retardar a Doença de Parkinson, ativando o gene protetor e, portanto, impedindo o acúmulo anormal de proteína no cérebro que mata as células dopaminérgicas. Por isso, pessoas com Parkinson que se exercitam provavelmente diminuem a morte das células cerebrais.
A partir da prática regular de atividades físicas e desafios progressivos o parkinsoniano sai de sua zona de conforto, estimulando seu cérebro a produzir uma substância chamada neurotrofina, para que consiga fazer coisas que não fazia antes.
A Neurotrofina estimula os neurônios a fazerem mais conexões, terem novos brotamentos, criar novas conexões, produzir novos neurônios. Essa substância é produzida no cérebro em forma abundante nos bebês.
Mas, foi descoberto que isso não ocorre apenas na infância. Mesmo em uma fase avançada da vida, se a pessoa se propõem a novos desafios e consegue realizar esses desafios motores (como por exemplo uma dança, treino de luta, treino funcional, pilates), o cérebro é estimulado a produzir a neurotrofina, fazendo com que tenha maior plasticidade neuronal e portanto, novos neurônios e novas conexões.
Medicamentos para Retardar a Evolução da Doença de Parkinson
Há um estudo em andamento que tem como objetivo retardar a Doença de Parkinson com um medicamento para diabetes chamado exanatide. Esse estudo apresentou que quem usa esse medicamento tem uma redução na evolução da DP. É um estudo em andamento, que foi feito com 60 semanas, controlado, randomizado e mesmo quando removido o medicamento o benefício se manteve a longo prazo.
Também existe um outro estudo que ainda não foi para fase de teste com humanos com o antibiótico doxycycline. Neste, espera-se que seu uso comprove uma diminuição da evolução da Doença de Parkinson. Pesquisas apontam que aglomerados de alfa-sinucleína desempenham um papel central na morte das células cerebrais associadas à doença de Parkinson. Por isso, acredita-se que esse medicamento pode parar o acúmulo da proteína neuronal alfa-sinucleína nas células cerebrais e com isso retardar a evolução da Doença de Parkinson. Após o primeiro estudo, este experimento foi repetido e o novo estudo não encontrou comprovação.
Além disso, também há diversas outras opções que atuam em outros aspectos da doença. Foi encontrado evidência, por exemplo, que uma bebida chamada Souvenaid, que atualmente já é utilizada para retardar a evolução da Doença de Alzheimer e de pessoas com risco de desenvolver demência, diminui em até 30% o risco de pessoas com DP desenvolverem demência relacionada ao Parkinson.
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