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Estudo mostra que pessoas que desenvolvem diabetes tipo 2 possuem um risco maior de desenvolver também a Doença de Parkinson.
Um estudo publicado recentemente na revista Movement Disorders mostra o Diabetes Tipo 2 como determinante de um maior risco para desenvolver a Doença de Parkinson, como também de uma progressão mais rápida da doença.
Sabe-se que existem semelhanças biológicas entre as duas doenças, que vão além do fato delas afetarem pessoas que estão envelhecendo. Estas semelhanças incluem o acúmulo de proteínas tóxicas, disfunção lisossomal e mitocondrial e inflamação sistêmica crônica.
O diabetes tipo 2 é uma doença em que os níveis de açúcar no sangue estão muito altos devido à produção insuficiente de insulina – o hormônio que ajuda a mover o açúcar para as células para obter energia – ou à resistência à insulina, o que significa que as células não o utilizam de maneira adequada.
A resistência à insulina pode atingir o cérebro e induzir alterações graves nas células nervosas, aumentando o risco de doença de Parkinson. Também se acredita que o açúcar no sangue anormalmente alto promove a inflamação, que também está associada ao desenvolvimento de Parkinson.
Muitos pesquisadores já desenvolveram estudos que mostrava a relação entre as duas doenças mas os resultados acabavam por ser difusos. Agora os pesquisadores da Queen Mary University of London revisaram uma quantidade considerável de artigos sobre o assunto e conseguiram chegar a conclusões mais assertivas.
Em mais de 33 mil artigos que existiam, esses pesquisadores selecionaram 28 estudos observacionais que investigaram especificamente os possíveis efeitos do diabetes tipo 2 no Parkinson, ou estudos analisando como o diabetes em geral pode afetar a progressão do Parkinson.
Essa análise mostrou que pessoas com diabetes tipo 2 possuem 1,21 vezes mais probabilidade de ter Parkinson, não importando a sua idade ou sexo. Concluíram também que uma associação de diabetes tipo 2 pode acabar fazendo com que a Doença de Parkinson evolua mais rapidamente, principalmente nos sintomas motores e no declínio cognitivo do paciente.
O autor correspondente, Dr. Alastair Noyce, da Queen Mary University of London, disse: “Esta pesquisa reúne os resultados de muitos outros estudos para fornecer evidências convincentes de que o diabetes tipo 2 provavelmente afeta não apenas o risco de Parkinson, mas também a progressão de Parkinson. Existem muitas estratégias de tratamento para diabetes tipo 2, incluindo estratégias de prevenção, que podem ser reaproveitadas para o tratamento de Parkinson. “
Embora este estudo não tenha examinado os efeitos potenciais dos medicamentos para diabetes, estudos anteriores encontraram evidências de que as terapias antidiabéticas reduzem o risco e a gravidade da doença de Parkinson.
A ligação entre essas duas doenças pode afetar o diagnóstico e o tratamento futuros. Restaurar a capacidade do cérebro de usar a insulina pode ter um efeito protetor sobre o cérebro. São estudos promissores e que precisam ser acompanhados com atenção.
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