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O comprometimento cognitivo, a perturbação da memória, pensamento e / ou habilidades de linguagem prejudicados, são sintomas não-motores que pode ser associado ao Parkinson.
Distúrbios cognitivos podem surgir a qualquer momento no curso da Doença de Parkinson (DP) e variam amplamente em gravidade. Algumas pessoas não experimentam problemas algum, outros têm mudanças sutis somente detectáveis em testes formais.
Outros pacientes ainda sentem problemas que descrevem como suaves ou um tanto irritantes, e alguns passam por mudanças mais significativas que interferem na capacidade de realizar atividades diárias.
O comprometimento cognitivo na doença de Parkinson afeta principalmente a “função executiva”, o que pode levar a dificuldades com:
- Multitarefas;
- Planejamento e organização;
- Solução de problemas.
Além disso, o processamento de pensamentos e descoberta de palavras também são comumente afetados.
Gerenciando um déficit cognitivo leve
Quando os problemas cognitivos são mais do que o esperado com o envelhecimento normal, mas não o suficiente para interferir significativamente nas atividades diárias, eles podem acontecer devido ao comprometimento cognitivo leve (CCL). Esse sintoma não motor ocorre em cerca de 30% das pessoas com Parkinson. Aqueles com CCL podem se queixar de se sentirem distraídos ou esquecidos, ou perderem a linha de pensamento na conversa. Pessoas que trabalham em locais com rotinas aceleradas podem achar mais difícil concentrar ou gerenciar vários projetos.
Atualmente, não há medicamentos disponíveis para tratar o CCL. Estratégias adaptativas como fazer anotações, confiar em um calendário, manter objetos (como chaves) no mesmo local para evitar perdê-los, podem ajudar no processo.
Além disso, o médico responsável pelo tratamento pode recomendar reabilitação cognitiva, em que um terapeuta ensina exercícios de memória através de um programa estruturado. O comprometimento cognitivo leve pode, porém nem sempre, progredir para a demência.
Diagnosticando e tratando Demência
A demência é um declínio na memória, no pensamento e / ou nas habilidades de linguagem suficientemente severa para interferir nas rotinas diárias, no desempenho no trabalho ou nas funções sociais. A demência associada à doença de Parkinson tende a afetar as habilidades executivas, função visuoespacial (percepção de onde os objetos estão no espaço) e, em menor grau, memória de curto prazo. Pode também afetar a motivação, o humor e o comportamento, e pode estar associada a alucinações visuais (ver coisas que não existem) ou a delírios. Quando a demência se desenvolve, normalmente, ocorre nos estágios posteriores da doença de Parkinson.
Pode ser difícil diferenciar DDP (Demência da Doença de Parkinson) da demência de Alzheimer (uma vez que não há teste específico para diagnosticar), embora a doença de Alzheimer cause tipicamente mais perda de memória e confusão, e também não tenha os sintomas motores de Parkinson.
Quando a demência começa ao mesmo tempo ou dentro de um ano do início dos sintomas motores de Parkinson, a demência do corpo de Lewy (DCL), uma forma de parkinsonismo atípico, pode ser a causa. DCL é caracterizada por demência e os sintomas motores de Parkinson, bem como níveis flutuantes de alerta e alucinações visuais.
Alguns medicamentos podem aliviar os sintomas da demência. O Exelon (rivastigmina), por exemplo, é aprovado para o tratamento de níveis ligeiros a moderados de DDP. Funciona bloqueando uma enzima que decompõe a acetilcolina, um químico cerebral que apoia a cognição.
A droga pode, portanto, melhorar a cognição, diminuir as alterações comportamentais associadas (como agitação ou agressão) e retardar a necessidade de situações alternativas de vida, como internação e cuidados permanentes. Em algumas situações, o médico pode prescrever outros medicamentos que funcionem da mesma maneira, como o Aricept (donepezil), que é usado para a demência de Alzheimer.
Por que ocorrem as mudanças cognitivas?
As causas exatas do comprometimento cognitivo e da demência no Parkinson não são totalmente conhecidas, mas provavelmente ocorrem devido a uma combinação de mudanças químicas e estruturais. Além da dopamina, o Parkinson afeta uma série de substâncias químicas do cérebro (acetilcolina, noradrenalina e serotonina) que apoiam a cognição, a atenção e o humor. O Parkinson também causa perda e / ou alterações nas células em áreas do cérebro responsáveis por essas funções.
Como aliviar os problemas cognitivos?
O primeiro passo para avaliar o comprometimento cognitivo é informar ao médico que acompanha o tratamento que você está preocupado. Apesar de normal para quem está envelhecendo, nenhum médico consegue detectar problemas cognitivos se você não informá-lo a respeito.
Geralmente, o médico fará algumas perguntas sobre distúrbios de humor, como depressão ou ansiedade, e problemas de sono, pois podem afetar a memória e exigir diferentes estratégias de avaliação e gerenciamento. Assim, ele irá rever seus medicamentos prescritos e de venda livre para garantir que eles não estejam contribuindo para problemas cognitivos (Anticolinérgicos e analgésicos comumente contribuem para problemas de memória e pensamento).
Nenhuma imagem cerebral ou exames de sangue podem diagnosticar especificamente CCL ou DDP, mas os testes podem excluir outras condições, como problemas de tireóide ou deficiência de vitamina B12, que também podem afetar a cognição. O médico pode recomendar testes formais de memória detalhados (testes neuropsicológicos) para determinar exatamente quais problemas podem estar presentes e estabelecer uma linha de base para comparação futura.
Mantendo a saúde do cérebro
Apesar de não haver uma prática ou terapia definitiva para prevenir o comprometimento cognitivo, existem ações que você pode tomar para promover a saúde do cérebro, incluindo exercícios regulares e dieta saudável. Alguns estudos sugerem que, ao adotar um “estilo de vida cognitivo ativo”, os indivíduos podem ser capazes de retardar o declínio cognitivo.
Pratique tarefas mentalmente desafiadoras, como completar palavras cruzadas ou quebra-cabeças. Aprender a falar uma língua estrangeira ou tocar um novo instrumento para “exercitar” o cérebro também são ótimas opções.
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