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A doença de Parkinson é uma condição degenerativa progressiva que afeta o sistema nervoso central. Normalmente, seus sintomas mais proeminentes comprometem o movimento, eles podem incluir tremores involuntários nos membros, rigidez e lentidão.
De acordo com estimativas levantadas em 2016, cerca de 6,1 milhões de pessoas em todo o mundo convivem com a doença de Parkinson, que, até o momento, não tem cura. No entanto, os especialistas continuam à procura de terapias promissoras e estão testando continuamente compostos químicos recém-desenvolvidos.
Em um novo estudo, pesquisadores da Universidade de Helsinque, na Finlândia, encontraram uma molécula chamada BT13, que eles acreditam ter potencial terapêutico para a doença de Parkinson. A equipe de cientistas, apresenta os resultados de suas pesquisas, conduzidas in vitro e in vivo, em modelos de camundongos, em um estudo publicado na revista Movement Disorders .
Segundo o professor David Dexter, vice-diretor de pesquisa da Parkinson UK, uma instituição de caridade baseada em pesquisa e apoio do Reino Unido, “As pessoas com Parkinson precisam muito de um novo tratamento que possa parar a doença, em vez de apenas mascarar os sintomas”. Essa mesma instituição concedeu uma doação para financiar parcialmente as pesquisas dos cientistas que investigam o potencial da BT13 na terapia de Parkinson.
O motivo por trás da pesquisa
Pesquisas anteriores apresentaram que pessoas com doença de Parkinson geralmente sofrem uma perda severa de células que produzem dopamina , um hormônio e mensageiro químico que desempenha um papel complexo na saúde mental e cerebral.
A dopamina também ajuda a regular o movimento, o que acaba explicando porque a perda de células produtoras de dopamina é um aspecto essencial da doença de Parkinson. Por esse motivo, muitos especialistas vêm experimentando formas de aumentar a produção de dopamina no cérebro como um tratamento mais direcionado para o Parkinson.
Até agora, muitos estudos haviam focado no potencial de uma molécula chamada fator neurotrófico derivado da linha de células da glia (GDNF), que pode ser capaz de “curar” células produtoras de dopamina danificadas no cérebro, restaurando sua função.
No entanto, o tratamento com GDNF tem uma falha significativa: requer um procedimento cirúrgico difícil que envolve a entrega da molécula diretamente no cérebro. Isso ocorre porque a molécula é incapaz de penetrar sozinha na barreira hematoencefálica, uma borda protetora que impede que substâncias e microorganismos potencialmente perigosos entrem no cérebro.
Na verdade, um grande número de medicamentos é incapaz de atravessá-la. Além disso, relatórios recentes mostraram que a terapia com GDNF não passou em ensaios clínicos, pois não foi suficientemente eficaz no tratamento da doença.
O primeiro passo da pesquisa
Procurando formas alternativas de estimular a produção de dopamina, a equipe da Universidade de Helsinque conduziu experimentos em linhas celulares e camundongos para verificar se uma molécula recentemente descoberta, que é semelhante ao GDNF, poderia ser mais eficaz.
Os pesquisadores descobriram que a molécula BT13 era realmente capaz de aumentar a dopamina no cérebro de ratos. A molécula também parecia proteger as células do cérebro encarregadas da produção de dopamina de morrer e, ao contrário do GDNF, foi capaz de contornar a barreira hematoencefálica.
Um dos professores da Universidade ressalta que ainda há muito trabalho pela frente dos pesquisadores antes que eles possam confirmar que a nova abordagem funciona em humanos. “São necessárias mais pesquisas para transformar o BT13 em um tratamento a ser testado em ensaios clínicos, para ver se ele realmente pode transformar a vida das pessoas que vivem com Parkinson”.
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