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As causas da Doença de Parkinson ainda não são totalmente claras para médicos e pesquisadores. A cada ano novas pesquisas surgem para tentar desvendar o que pode formar esse distúrbio crônico do sistema nervoso que afeta células e neurônios que enviam e recebem sinais por todo o corpo.
Para que você tenha uma ideia da importância desses estudos, só nos Estados Unidos estima-se que até 2030 1,2 milhão de pessoas sejam diagnosticadas com Parkinson. Entender a origem dessa doença é fundamental para que os pacientes tenham acesso a novos tratamentos e mais qualidade de vida.
Sabemos que a doença de Parkinson se dá quando uma parte do cérebro, chamada de substância negra, começa a perder células nervosas. São justamente estas células que controlam a produção de dopamina em nosso organismo, o neurotransmissor responsável por levar informações para várias partes do corpo, incluindo os movimentos. Na doença de Parkinson essas células são prejudicadas e há uma menor produção de dopamina.
O Parkinson não é uma doença fatal, mas possui sintomas graves que podem debilitar a pessoa, afetando seus movimentos e atividades rotineiras. Os pesquisadores ainda não sabem com certeza o que causa o mal de Parkinson, mas já entendem que é preciso investigar a causa para viabilizar um futuro em que o paciente possa conviver com a doença sem tantos problemas.
Continue lendo para aprender mais sobre vários fatores que podem contribuir para a doença.
A genética do Parkinson
Ao longo dos anos, os cientistas estudaram o DNA de pessoas com Parkinson, comparando seus genes. Eles descobriram dezenas de mutações genéticas ligadas ao Parkinson. Esses genes estão agora sendo pesquisados e estudados quanto ao papel que desempenham no Parkinson.
Um estudo realizado em 2020 na China com 1676 pessoas com Parkinson apontou que os genes podem desempenhar um papel mais importante no desenvolvimento da doença. Com esse estudo, estima-se que 10 a 15% das pessoas que têm a doença de Parkinson possam ter um histórico familiar.
Na verdade, vários genes específicos foram associados ao desenvolvimento do Parkinson.
Como a genética influencia na doença de Parkinson em algumas famílias?
De acordo com o site Genetic Home Reference da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos uma forma possível da genética influenciar no surgimento ou não do Parkinson é por meio da mutação de genes responsáveis pela produção de dopamina e de certas proteínas essenciais para o funcionamento do cérebro.
Uma boa notícia, é que algumas pesquisas mais recentes de 2021 indicam que os tratamentos poderiam ser adaptados ao histórico genético específico de uma pessoa. No entanto, ainda é necessário fazer mais pesquisas sobre as formas genéticas da doença.
Corpos de Lewy
Corpos de Lewy são aglomerados anormais de proteínas encontrados no tronco cerebral de pessoas com doença de Parkinson.
Esses aglomerados contêm uma proteína que as células não conseguem quebrar. Eles circundam as células do cérebro e, no processo, interrompem o funcionamento do cérebro.
Grupos de corpos de Lewy fazem com que o cérebro degenere com o tempo. Isso resulta na diminuição da coordenação motora em pessoas com doença de Parkinson. O nome de corpos de Lewy deriva do médico que escreveu, pela primeira vez, sobre estes.
Muitas pessoas com doença de Parkinson avançada desenvolvem demência. Os primeiros sinais desse tipo de demência são problemas de raciocínio e julgamento. Por exemplo, uma pessoa com demência da doença de Parkinson pode ter problemas para entender as informações visuais ou para se lembrar de como fazer tarefas diárias simples. Eles podem até ter alucinações confusas ou assustadoras.
Esse tipo de demência também pode causar irritação na pessoa. Muitas pessoas ficam deprimidas ou paranóicas à medida que a doença progride. Outros têm dificuldade para falar e podem esquecer palavras ou se perder durante uma conversa. Existe atualmente uma busca mundial por biomarcadores que ajudem a diagnosticar com maior certeza a presença de Corpos de Lewy.
A descoberta de biomarcadores para a Doença de Parkinson seria extremamente benéfica para a identificação de pacientes em risco de desenvolver a doença, bem como para o diagnóstico e acompanhamento de sua progressão. Além disso, a descoberta de novas vias envolvidas no processo neurodegenerativo possibilitaria a identificação de potenciais novos alvos terapêuticos.
Perda de dopamina
A dopamina é um neurotransmissor químico que ajuda a passar mensagens entre diferentes seções do cérebro. Em pessoas com Parkinson, as células que produzem dopamina estão prejudicadas.
As células nervosas apresentam como função primária a condução de impulsos nervosos para o restante do corpo. A dopamina é um tipo de hormônio que através de seus neurotransmissores, realiza exclusivamente tal função. As substâncias químicas lançadas por esse hormônio atuam como mensageiros para o corpo. Liberada por meio do hipotálamo, ela produz uma sensação única de bem-estar. Além disso, ela também atua no controle do movimento e na capacidade de memória.
Sem um suprimento adequado de dopamina, seu cérebro é incapaz de enviar e receber mensagens adequadamente. Essa interrupção afeta a capacidade do corpo de coordenar os movimentos e resulta em problemas para andar e se equilibrar.
Pesquisa futura
Como se pode ver, os pesquisadores têm algumas pistas sobre por que a doença de Parkinson se desenvolve, mas ainda há muito o que se descobrir.
A detecção e o tratamento precoces são fundamentais para minimizar os sintomas da doença de Parkinson. Tecnologias avançadas, como pesquisas genéticas, pesquisas com células-tronco e o uso dos chamados fatores neurotróficos para reviver as células cerebrais, prometem pesquisas exploratórias.
Embora os tratamentos possam ajudá-lo a controlar os sintomas de Parkinson e melhorar sua qualidade de vida, ainda não foi encontrada uma cura. E mais pesquisas são necessárias para identificar o papel exato que a genética e o ambiente desempenham em causar essa doença.
Há esperança de novos e mais eficazes tratamentos e terapias para aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida de quem tem a doença de Parkinson.
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